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quarta-feira, 11 de agosto de 2021

Artigo de Opinião



 

Artigo sobre a Indústria Cultural e Consumo




     A indústria cultural bem como o âmbito do consumismo causam inúmeros efeitos deletérios, tanto para o corpo físico quanto mental. Tal afirmação já não é novidade, tendo em vista que na última década o acúmulo de capital, juntamente com o controle social imposto por este, cresceu como nunca. As massas sempre foram controladas, pela indústria e pela mídia, mas agora ocorre um fenômeno que nunca foi visto antes: A capitalização de tudo.

    A série “Black Mirror” da Netflix, tece duras críticas ao sistema e a sociedade como um todo. Sendo assim, é possível tomar como reflexão o segundo episódio da primeira temporada da série “Fifteen Million Merits”, em que o humano se torna uma mercadoria. Em uma sociedade utópica, as massas se encontram em vários complexos, estes os quais possuem milhares de bicicletas, em que o ato de pedalar gera energia, e assim os “méritos” que são pontos, basicamente como o dinheiro, que serve para tudo o que o humano vai comprar e fazer. A materialização do humano ocorre como o seguinte: Ao se juntar 15 milhões de méritos, o indivíduo é avaliado e julgado como um objeto. Em especial o protagonista, faz uma tentativa de se opor ao sistema, o questionando, em frente dessa banca, que vê sua performance como entretenimento. Ele acaba se vendendo, e sendo coibido pelo o que tentou questionar.

    Podemos exemplificar isso pelo que acontece com as novas maneiras de lucrar, inventadas pela indústria: Fazer com que o consumidor seja obrigado a comprar um produto que complementa o outro, para assim entrar no ecossistema da marca, ou até mesmo tendo que pagar por uma assinatura, todo mês. Práticas que não só são abusivas, como também servem para tirar de pouco a pouco o que muitos não tem. Não é possível definir exatamente quando o humano se transformou em uma moeda, mas é possível afirmar sem dúvidas, que isso é ironicamente, um reflexo das ações dele mesmo. Em outras palavras, não só o capitalismo ou a indústria, mas o ser humano em si sempre quis competir, correr contra o tempo, ser melhor que o próximo. Tal situação é reflexo da desigualdade, que pode ser explicada por uma palavra: O capitalismo.

    Para que um lucre, outro deve pagar. Com isso, a indústria se sustenta, e faz disso um jogo sujo. Como afirmava Marx “A desvalorização do mundo humano aumenta em proporção direta com a valorização do mundo das coisas”. Sintetizando isso, podemos afirmar que tal pensamento, mesmo que com mais de 100 anos, representa bem o contexto atual. A obsolescência programada, isto é, a troca incessante de um produto que poderia durar 10 anos, sendo jogado fora em 2 anos, é mais comum do que nunca, some se isso à indústria cultural, que se aproveita da massa para empurrar conteúdo de caráter duvidoso, e a continuação de tramas que já deveriam ter sido encerradas há anos atrás, mas é esticada ao máximo, enquanto estiver dando lucro. Tal problemática pode ser muito bem exemplificada nos dias de hoje, em que empresas como Apple não mandam um carregador com seus produtos, e obrigam o cliente a gastar mais e a produzir mais lixo. Já a Netflix, cancela as séries que não possuem muita audiência em apenas dois anos, enquanto outras pioram a cada temporada, e se sucedem até, até o lucro acabar.   

    Os extremos, quando colocados em perspectiva, vão muito mais além disso. Resumindo tudo, para um ganhar, muitos tem que perder. O conceito de abismo social, explica bem isso. Enquanto um tem bilhões, o outro morre de fome. A indústria como um todo, se resume a isso, pois todo esse meio se tornou um mata a mata, em que só as gigantes detém o controle. É possível falar de várias indústrias bilionárias, que concentram o poder econômico em suas mãos, mas essa reflexão vai além disso. Há também a presença da ética, tanto quanto da moral, da influência.
                                                                                                                                                                    
     A verdade é que a humanidade se perde cada vez mais, em que a mídia como um todo se capitaliza como meio de controle social, e o ser humano também se transforma em um objeto, e tudo isso envolve o lucro que nada mais é do que a vantagem em cima do outro. Atualmente tudo é um produto, tanto é que toda a crítica à qual a Série Black Mirror tece contra o sistema e a sociedade, entra em contradição, justamente por ela ser um produto cultural por estar num serviço de streaming, que por sua vez também é pago.

    É possível concluir que os conceitos de monetização transcendem o comum, e se englobam em tudo o que é consumido, que nos trás novamente ao cunho capitalista, e do consumismo. No final, tudo isso é um produto do capitalismo, que infelizmente apresenta falhas em todas as suas esferas, mesmo que possibilite por enquanto, a sucessão da vida humana.



Escrito por

Izadora Pinheiro Santos - 2º ano de Informática

João Eric Carvalho Lins Tavares - 2º ano de Química

Julia Minikel Amorim - 2º ano de Química

Maria Eduarda Almeida Lopes - 2º ano de Informática

Mário Glauko Cordeiro Queiroz - 2º ano de Informática

Paulo Henryque Oliveira Sousa - 2º ano de Informática

Um comentário:

  1. Quando as instituições formais de educação se empenham em discutir temáticas como essa, de forma interdisciplinar, conseguem ampliar os conceitos do que já parecia estabelecido como verdade absoluta.

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